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Nos arredores da cidade de Osogbo, no sul da Nigéria, encontra-se um dos tesouros naturais e espirituais mais significativos do povo Yorùbá: o Bosque Sagrado de Osun Osogbo. Mais do que uma simples área verde, este bosque é tido como a residência da divindade Osun, a deusa da fertilidade, e se destaca como um dos últimos remanescentes de floresta primária em toda a região. A paisagem é pontuada por meandros do rio Osun, adornados com esculturas, santuários e obras de arte erguidas em honra a Osun e a outras divindades do panteão Yorùbá. Atualmente, o local é um símbolo poderoso da identidade cultural desse povo, representando um costume ancestral de preservar bosques consagrados além dos limites das comunidades (UNESCO, 2005).
A gestão tradicional do bosque é realizada pelo Ataoja — o rei de Osogbo — e seu Conselho do Patrimônio Cultural. Para proteger o santuário, a comunidade recorre a leis consuetudinárias, mitos, tabus e rituais que proíbem atividades como pesca, caça, extração de madeira e agricultura. A preservação do local é garantida pela combinação de normas governamentais, crenças espirituais, a atuação de guardas florestais e, especialmente, o engajamento de líderes religiosos e moradores locais, que utilizam os rituais não apenas como prática de fé, mas também como meio de conservar a biodiversidade e a integridade cultural do bosque. A relação do povo Yorùbá com a natureza selvagem difere significativamente da visão ocidental. Enquanto no Ocidente a "wilderness" é frequentemente associada a áreas intocadas para recreação ou preservação ecológica, para os Yorùbá a floresta é um espaço vivo e ancestral. Certas áreas do bosque abrigam santuários que simbolizam a conexão entre a comunidade, seus ancestrais e o mundo natural. Historicamente, esses ambientes também funcionavam como espaços de iniciação, onde os jovens — especialmente os homens — partiam em longas expedições de caça ao lado de mais velhos. Essas vivências, que podiam durar dias ou semanas, eram fundamentais para transmitir valores como resistência, autossuficiência e força, servindo como uma verdadeira escola ao ar livre onde o conhecimento ancestral era passado adiante. Àse o!Babalorixá Robson de Odé Saiba mais sobre ele |
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Eu não sabia desse santuário ora yeye