A chegada da facção Terceiro Comando Puro (TCP) ao Ceará nas últimas semanas provocou um forte impacto, especialmente refletido em episódios de intolerância religiosa. Em apenas sete dias, seis terreiros de umbanda em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, foram fechados ou ameaçados.
Quatro desses centros religiosos já encerraram suas atividades, com dois localizados no bairro Vila das Flores e outros dois no Santa Marta. Além disso, outros dois terreiros, situados nos Conjuntos Timbó e Jereissati I, receberam ordens para suspenderem suas práticas sob ameaça de represálias. Há relatos de que mais terreiros podem ter sido alvo de intimidações, mas os responsáveis preferem manter silêncio por medo de ataques futuros.
O TCP, originário do Rio de Janeiro, possui histórico de atos violentos contra comunidades religiosas afro-brasileiras. Utilizando métodos agressivos, o grupo justifica suas ações com argumentos ligados a radicalismos religiosos, associados a atividades criminosas. Essa postura tem levantado preocupação em relação à liberdade religiosa no Ceará.
As denúncias já foram encaminhadas às autoridades de segurança do estado. Fontes indicam que o caso está sob investigação cuidadosa para definir a extensão das ameaças e identificar os envolvidos. A Polícia Civil pretende aprofundar as apurações em breve.
Entretanto, as Secretarias da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS-CE) e da Igualdade Racial (Seir) afirmam não possuir registros oficiais sobre as ameaças a terreiros em Maracanaú. Mesmo assim, equipes das polícias Civil e Militar foram destacadas para monitorar a situação, e as autoridades reforçam a importância de denúncias formais por meio dos canais oficiais.
A União Espírita Cearense de Umbanda (Uecum) está em contato com a Secretaria da Igualdade Racial e participará de reuniões para discutir o assunto. A entidade ressaltou que, seja ou não associada, toda a comunidade umbandista merece acolhimento e proteção diante dessa situação preocupante.
Fonte: Metrópoles