Nos últimos dias, circulou com força nas redes sociais um marco importante na vida do sambista Diogo Nogueira: a celebração de seus 4 anos de iniciação no Candomblé. Os fãs e seguidores compartilharam mensagens de apoio e respeito, gerando uma grande onda de positividade em torno da fé do artista. Para além dos posts, mergulhamos na história do cantor para entender a profunda e antiga relação que ele mantém com sua religião, uma herança familiar que vai muito além de uma data recente. Confira a reportagem completa abaixo.
Diferente do que muitos possam imaginar, a iniciação de Diogo no Candomblé não foi uma busca recente, mas sim a continuação de um caminho aberto por sua família. Ele costuma relembrar que foi “criado dentro do terreiro” e que sua avó era uma fervorosa devota. Essa normalização da fé dentro de sua casa fez com que ele enxergasse a religião com naturalidade e profundo respeito, longe dos estigmas sociais.
“O Candomblé é a base da minha família. É uma religião de paz, de amor, de conexão com a natureza e com o próximo. É isso que eu busco levar para a minha vida”, declarou o sambista em um podcast no ano passado.
A Musica como Oferenda
A influência do Candomblé transborda para sua música. Seus álbuns não são feitos apenas de samba, mas de uma mistura de ritmos que dialogam diretamente com suas origens. Diogo já gravou vários “pontos” cantados (músicas sagradas do Candomblé) e, em seus shows, não é raro que ele faça uma homenagem aos orixás, explicando ao público o significado de cada canto e cada toque.
Essa fusão entre o sagrado e o profano não é novidade no samba, gênero musical historicamente ligado às rodas de Candomblé e Umbanda. Diogo Nogueira, no entanto, a pratica com uma consciência clara de seu papel de perpetuador dessa cultura. Seu trabalho se torna, assim, uma ponte que educa milhões de fãs sobre a importância e a beleza dessas tradições.
Combate à Intolerância
Ao se assumir publicamente como homem de axé, Diogo assume também um posto na linha de frente contra a intolerância religiosa. Ele usa sua plataforma para denunciar ataques a terreiros e para espalhar mensagens de respeito às diversidades de crença.
“Sou ogã de Xangô com muito orgulho. E é importante a gente falar sobre isso, quebrar tabus. Respeitar a fé do outro é o básico para uma sociedade evoluída”, afirmou em uma live durante o período de pandemia.
Para fiéis e estudiosos das religiões afro-brasileiras, a postura de Diogo Nogueira é vista como uma bênção. Ele não apenas honra suas raízes, mas também ilumina um caminho de orgulho e resistência cultural, mostrando que o samba de verdade bamba não só no pé, mas também no coração e na alma.